terça-feira, 27 de junho de 2006

ÓRFÃOS DO CANAL 21 E DA 89 FM, A RÁDIO ROCK

Estou indignada.
Nunca fui PT, e muito menos Lula.
Para mim, um homem sem formação, sem educação, sem experiência, sem noção, e sem muitas outras coisas que prefiro nem citar, só poderia ser presidente da república num paisinho de iletrados como o Brasil. Além de estar fazendo o governo mais inútil, ladrão e nonsense dos últimos tempos, Lula ainda está “financiando” outro traste de sua família, o mentecapto “Lulinha”.
Quem vive em São Paulo conhece o Canal 21, da Rede Bandeirantes, uma das únicas opções com programação decente na TV aberta. É um canal que passava muitos seriados (antigos e novos), filmes variados e que (ainda) tem o Saca Rolha, com o Marcelo Tas, Lobão e aquela menina de quem não lembro o nome. Pois é, o “Lulinha” comprou parte da programação do canal transformando-o em Play TV, onde o forte da programação serão aqueles programas ridículos onde assistimos a outras pessoas jogarem videogame.
Além disso, acabei de descobrir (já que moro em Floripa há seis anos), que ele também está dominando a ótima 89 FM, a mais famosa rádio rock de São Paulo, que planeja transformar em 89 Play, e que já não leva mais o nome de rádio rock. Não dá para acreditar!!!! Comprar parte/totalidade da grade de um canal de TV com programação de qualidade, e de uma rádio FM famosa há décadas, e emporcalhá-los com essa porcariada inútil?
Não sou de fazer campanha política pra ninguém, mesmo porque não sou tão ingênua a ponto de acreditar em propostas revolucionárias ou mudanças radicais, mas estou torcendo pela vitória do Alckmin, que se não é lá grande coisa, ao menos tirará do poder esse ignorante, populista e “nepotista” que é o Sr. Lula da Silva.




Abaixo reproduzo a coluna do Diogo Mainardi sobre o mesmo assunto, na Veja de 21/06/06.

Diogo Mainardi 21/06/06
Teodoro e Teodorino

"Teodoro Mbasogo é o ditador da Guiné Equatorial. Teodorino é seu filho. No mundo inteiro, só consegui encontrar esses dois casos de presidentes em exercício cujos filhos controlam canais de TV: Lula e Lulinha, Teodoro e Teodorino"


Lula e Lulinha são como Teodoro e Teodorino. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, conhecido como "O Chefe", é o ditador da Guiné Equatorial. Está no poder desde 1979. Teodorino é seu filho. Tem um canal de TV. Internetei para cima e para baixo e, no mundo inteiro, só consegui encontrar esses dois casos de presidentes em exercício cujos filhos controlam canais de TV: Lula e Lulinha, Teodoro e Teodorino.
O canal de Teodorino é o RTV Asonga. O de Lulinha é o Play TV, antigo Canal 21, arrendado à Gamecorp pela Rede Bandeirantes. O contrato de arrendamento entre as duas empresas vale por dez anos. Inicialmente, a Gamecorp transmitirá seus programas por seis horas diárias, mas a idéia é se estender pelo dia todo. O sócio esperto de Lulinha, Fernando Bittar, é quem realmente manda na emissora. Lulinha é encarregado apenas de emprestar seu nome e embolsar os lucros. Por mais de trinta anos, Lula e seus parceiros denunciaram o chamado coronelismo eletrônico, o sistema de favorecimento que garantiu a concessão de canais de TV, em nome próprio ou de parentes, a hierarcas nordestinos como José Sarney, Fernando Collor de Mello, ACM, Jader Barbalho, Garibaldi Alves, Albano Franco, Tasso Jereissati. Agora que Lulinha tomou posse de um canal de TV, ninguém parece se preocupar com isso, em particular os pelegos lulistas que controlam os sindicatos de jornalistas. Eu sempre desconfiei que o real desejo de Lula fosse virar um José Sarney. Pronto: virou. Lula e Lulinha são como Sarney e Sarneyzinho. O arrendamento de um canal de TV pela Gamecorp não é só uma arbitrariedade política: é uma ilegalidade. Nas duas últimas semanas, amolei um monte de especialistas no assunto, que me apontaram todas as normas que estão sendo flagrantemente violadas pelos benfeitores de Lulinha. Eu sei que essas questões legais são uma chatice, mas a análise sobre o lulismo, por algum motivo, sempre acaba no mesmo lugar: no Código Penal. Um canal de TV não pode ser explorado por uma empresa que tenha mais de 30% de seu capital social nas mãos de estrangeiros. Está no artigo 222 da Carta Constitucional. A Lei nº 10610, que regulamenta a matéria, considera "nulo qualquer acordo, ato ou contrato que, direta ou indiretamente, de direito ou de fato, mediante encadeamento de outras empresas ou por qualquer outro meio indireto", confira aos acionistas estrangeiros mais de 30% de um canal de TV. É o caso de Lulinha. O capital social da Gamecorp, de 5,2 milhões de reais, saiu quase integralmente da Telemar. A Telemar é uma empresa aberta, negociada nas bolsas de São Paulo e de Nova York. De acordo com os dados fornecidos pela própria operadora, os acionistas estrangeiros possuem 54,3% de seu capital social, superando amplamente o limite de 30%. Ou seja, o contrato de Lulinha é ilegal. Pior: é inconstitucional. Lula, "O Chefe", não cairá por causa disso. Mas espero que seja o suficiente para melar o negócio de seu filho.

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