sexta-feira, 31 de agosto de 2007

F E L I C I D A D E R E A L I S T A
Martha Medeiros

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

AS TRÊS MARIAS


Em várias épocas da minha vida de estudante (hehe) eu andei em trio, ou seja, éramos sempre três garotas (agora gurias) a se perder pelos corredores das escolas, a fugir das aulas de educação física, a falar mal e bem dos outros, enfim, essas coisas... Até aqui na UFSC isso aconteceu... Agora, que já estamos na reta final (3 meses!!!! Aaaaaaahhhhhhhh!!!!), somos em menor número, e quase sem tempo pra mais nada além das aulas (chatérrimas)... Mas nos 2 primeiros anos, éramos eu, a Déia e a Lê, as Três Marias da vez... :-) A Le nos abandonou e acabou de dar à luz à uma boneca chamada Heloísa... Na foto aí embaixo estamos nós, as Três Marias, no chá de bebê da Le, que está linda na foto, nos seus 9 meses de gravidez.... :-D

Saudades.......................................

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A DIVINA COMÉDIA

Estou lendo “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, como disciplina do último semestre na UFSC. Não é uma leitura fácil, ainda mais se levarmos em consideração de que está sendo feita no original, ou seja, italiano do século XIV, mas blz, tamos aí né... hehe

Mas citei essa obra, - (que pra quem não conhece, narra, em forma de poesia, a viagem feita pelo próprio Dante e o poeta clássico Virgílio, através do Inferno, Purgatório e finalmente Paraíso, onde Dante encontrará sua amada Beatriz), - pra comentar uma passagem que me deixou um pouco confusa....

No Canto VI, do Inferno, Dante cita a doutrina de Aristóteles, segundo a qual: “Tanto o prazer quanto o sofrimento são sentidos com maior intensidade na proporção do grau de perfeição dos indivíduos que os percebem”.

Fiquei pensando sobre isso... Será que sou ou não um ser com um alto grau de perfeição?? hehe
Porque não sei se sinto as coisas tanto assim... Acho que sinto, mas logo descarto as sensações, sejam elas boas ou ruins, não sou de ficar me apegando aos sentimentos de euforia ou raiva, simplesmente não consigo guardar ressentimentos, simples assim...

Filósofos e suas filosofias... Complicam nossa cabeça cada vez mais... E a minha já é uma zona danada... rsrsrs


CURIOSIDADE INÚTIR
“A divina comédia” só passou a ser chamada de “Divina” dois séculos após ser escrita, pelo também escritor italiano Giovanni Boccaccio, que era um grande admirador de Dante. Para entendermos esse livro como uma comédia, também precisamos recorrer a Aristóteles e sua poética, para sabermos que nesse contexto, “comédia” refere-se a um texto que narra experiências de “seres comuns”, não de deuses ou heróis, e que sempre terá um “happy ending”, ao contrário das “tragédias”. Nada a ver com humor ou linguagem simples, feita para divertir as massas... hehe


***Essa é a representação do Inferno de Dante, feita por Sandro Botticelli. O Inferno é composto por círculos, que vão se fechando em direção ao centro da Terra....

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

OS SIMPSONS - THE MOVIE


AH, CLARO... ESQUECI DE COMENTAR SOBRE O FILME DOS SIMPSONS!!!!!

AMEI!!!!

BOM, MAS EU SOU SUSPEITA, PORQUE IDOLATRO ESSE DESENHO........ RS

MAS O FILME É MUITO BACANA MESMO...

E MERECE SER ASSISTIDO NO CINEMA, PORQUE LÁ PELAS TANTAS ROLA UMA BRINCADEIRINHA QUE NÃO VAI TER GRAÇA NENHUMA SE FOR EM DVD.... HEHE (DOUGHHH!!!!)


Santa Rita de Sampa


Tô começando o último semestre do meu bacharelado na UFSC, ou seja, tô afundada em leituras sem fim, pro TCC e pras matérias de Literatura... same old... same old... hehe
Mas antes disso tudo começar de novo, eu consegui terminar um livro que ganhei de presente e amei!! Rita Lee mora ao lado, do Henrique Bartsch. A Rita é muuuuito mulher, gente finíssima, super inteligente e louquinha... Passei a admirá-la ainda mais depois de ler esse livro. Agora to a fim de comprar aquele box de dvds dela, o Biograffiti . Deve ser bem bacana também.... Quero deixar aqui alguns trechinhos e frases soltas que tirei do livro... Textos que me tocaram, de alguma maneira... :-P


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“A Rita Lee Jones de Carvalho, que um dia me disse: Go, Johnny, go, go...”.



“...Eu ia fazer educação física na parte da manhã e vi com meus olhinhos que Rita não seguia a tradição sanguínea. Era um terror. Chefiava uma brincadeira que se chamava ‘Nhá-Bentas não gostam de meninas lentas’. Consistia em esmagar Nhá-Bentas na cara das meninas, principalmente das novatas...”



“...Mas quando uma prima americana escreveu dizendo que ‘The Pelvis’, como Elvis era conhecido por lá, era fã de James Dean, o círculo se fechou. Paixão imediata. E foi o passaporte de volta para a música, mas a metidinha queria algo diferente. Não queria só ouvir. Queria participar...”



“...Mas ao contrário da esmagadora maioria das garotas, ela não queria casar com nenhum Beatle, ou simplesmente dar para um deles. Ela queria ser um deles. Adorava a atitude, a fantasia, o som, o visual, o sucesso, o discurso, ser de uma banda, ter posições políticas, cantar o amor. Essa era a meta... Nem tudo era verdade, pois acho que mostrava uma boa queda por Paul McCartney. Começou até a tocar contrabaixo...”



“...Tempos depois, Peticov acabou de dar o toque em seu charme, comprando uma moto e abrindo, em sociedade, a Hi-Fi Discos, na Rua Augusta. Era a fome e a vontade de comer. Passou a morar nos fundos da loja, onde tinha um quartinho cheio de pôsteres e com vários quadros pintados por ele. Passei muitas tardes ouvindo as últimas novidades importadas que ele recebia...”



“...Rita ficou de cara apaixonada pelo visual de filme branco-e-preto sobre jovens rebeldes que Arnaldo ostentava sem saber, e o baixista adorou a inteligência e a maneira moleque de ser da sardenta, algo impossível de ser encontrado em uma garota. Ficaram apaixonados. Um pela loucura do outro, eu acho...”



“...Rita passou horas em frente ao estúdio Abbey Road para ver os Beatles. Viu, mas não conseguiu agarrar Paul, pois se o tivesse feito jamais a veríamos novamente. Seria a Feia McCartney. Apenas o que conseguiu foi dar uma lambida na maçaneta da porta de entrada do estúdio, segundos após a saída dos quatro...”



“...Quem estava incógnito naquele Hollywood Rock de 1975 (ai, eu ainda tava nascendo aqui!!!! rsrsr) era Eric Clapton, juntamente com Patty Boyd, recém-separada de George Harrison. Aquilo sim é que era amizade. Ceder a mulher para o amigo...” (É, aqui tem ironia, claro. A tal Patty Boyd é a Layla, aquela, da música com a qual Clapton a “roubou” de Harrison.... hehehe)



“....O começo de 1986 até parecia promissor (...). Eles iriam fazer um programa chamado ‘Radioamador’, que seria transmitido pela emissora paulistana 89 FM e pela Rádio Cidade, do RJ. Era uma loucura total (...) Rita e Bivar reuniam-se na casa dela e inventavam as pautas. (...) Logicamente tinha muita maconha, e os dois ficavam viajando nas capas dos vinis que escolhiam pra tocar. O advento do CD acabou mesmo com essa prática. As capas dos vinis eram muito melhores, pois não precisava de lupa para ver figuras ou ler as fichas técnicas. (...) Rita tocava sons alternativos e inusitados, além de dizer coisas infames, como, no Dia das Mães, ‘Mãe é padecer no Paraíso, mas pode descer na Vergueiro também’. Coisa de paulistanos acostumados ao metrô...”


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E ainda tem tanta, mas tanta coisa bacana, que não dá pra postar tudo aqui, teria que colar o livro todo... Mas já deu pra dar um gostinho, né? :-P

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

IRA! em Floripa


Fotinhus do show do IRA! (10/08), no Floripa Music Hall... Lugar bacana, área vip ridícula, nem valeu a pena, fiquei na pista mesmo... como sempre, o melhor lugar pra se ver um show de rock, não tem jeito... heheheh..... Frio do cão, tivemos que parar o carro na puta que o pariu e quase morri congelada até chegar lá dentro.... Show muito bom, com um Edgar inspirado e um Nazi chapado... ou seja, sem grandes novidades.... heheheh
Mas valeu, claro!!! Sempre vale a pena ouvir mais uma vez: "Você me ligou naquela tarde vazia, e me valeu o dia.... na mente fantasia...."

sexta-feira, 10 de agosto de 2007


Em tempos onde tudo é tão efêmero e descartável, vou deixar um texto bacana sobre amizade, que dizem ser do Vinicius, mas pra falar a verdade, rolaram uns boatos na net de que não era dele. Bom, não importa, o texto é muito bonito, e fala sobre a amizade, que quando é pra valer é a melhor coisa da vida...........

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VINICIUS DE MORAES
Procura-se um amigo...

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, do sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar sobre coisas simples, sobre os orvalhos, as grandes chuvas e também sobre as recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. >

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive....

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

L E N I N E

Um pouco do príncipe pernambucano, nas suas letras......



P A C I Ê N C I A


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,
A vida não pára.
Enquanto o tempo acelera e pede pressa,
Eu me recuso faço hora vou na valsa,
A vida é tão rara.

Enquanto todo mundo espera a cura do mal,
E a loucura finge que isso tudo é normal,
Eu finjo ter paciência.
E o mundo vai girando cada vez mais veloz,
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós,
Um pouco mais de paciência.

Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara, tão rara.
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,
Eu sei, a vida não pára,
A vida não pára não.

Será que é tempo que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara, tão rara.
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,
Eu sei,a vida é tão rara.
A vida não pára não...
A vida não pára.....


O S I L Ê N C I O D A S E S T R E L A S

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão

Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...


T U D O P O R A C A S O

Eu sei
Tudo por acaso
Tudo por atraso
Mera distração...

Eu sei
Por impaciência
Por obediência
Pura intuição...

Qualquer dia
Qualquer hora
Tempo e dimensão
O futuro foi agora
Tudo é invenção...

Ninguém vai
Saber de nada
E eu sei
Pelo sentimento
Pelo envolvimento
Pelo coração...

Eu sei
Pela madrugada
Pela emboscada
Pela contramão...

Qualquer dia
Qualquer hora
Tempo e dimensão
O futuro foi agora
Tudo é invenção...

Ninguém vai
Saber de nada
E eu sei
Por qualquer poesia
Por qualquer magia
Por qualquer razão...

E eu sei
Tudo por acaso
Tudo por atraso
Mera diversão
Mera diversão...

Qualquer dia
Qualquer hora
Tempo e direção
O futuro foi agora
Tudo é invenção...

Ninguém vai
Saber de nada
E eu sei.......


A M E D I D A D A P A I X Ã O

É como se a gente não soubesse
Pra que lado foi a vida
Por que tanta solidão
E não é a dor que me entristece
É não ter uma saida
Nem medida na paixão

Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraido
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou

É como se a gente presentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração

Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraido
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me maltratou

A N A E E U

Andei pra chegar tão longe
E daqui de longe eu olhei pra trás
E foi como ver distante
Eu atravessando os meus temporais
Ouvi Ana me chamando
Disse que se eu não fosse eu não ia mais
Eu vi o que a gente fez pra chegar aqui
E o que a gente faz
Eu e Ana
Ana e eu
Sonhei muito diferente
Eu bati de frente, corri atrás
E foi como se eu soubesse
Inverter o tempo e arriscar bem mais
Eu vi que era o meu destino
Eu me vi menino
Em outros que fiz, andei pra chegar mais longe
E de lá de longe me ver feliz
Andei pra valer a pena
Olhei pra trás pro que é meu
Nosso passado ensina, pelo que foi já valeu.


H O J E E U Q U E R O S A I R S Ó

Se você quer me seguir,
Não é seguro.
Você não quer me trancar
Num quarto escuro.
Às vezes parece até que a gente deu um nó,
Hoje eu quero sair só...
Você não vai me acertar
À queima-roupa,
Vem cá, me deixa fugir,
Me beija a boca.
Às vezes parece até que a gente deu um nó,
Hoje eu quero sair só...
...Não demora eu tô de volta...
Vai ver se eu estou lá na esquina, devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua
Hoje eu quero sair só.... Hoje eu quero sair....